
Nome: A
Orquestra dos corações solitários''
Ano de publicação: 2015
Gênero: contos
Paginas: 87
Paginas: 87
Autor: Roberto Denser
Editora: Publisher
Editora: Publisher
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Sinopse: A Orquestra dos Corações Solitários – Um ex-suicida com os tendões atrofiados, um jovem casal que se conheceu pela internet, um vendedor ambulante de sandálias magnéticas que foi abandonado pela noiva, uma garota maníaco-depressiva que sonha se transformar numa poesia, um velho escritor frustrado, uma bailarina que nasceu com uma doença rara… o que esses e tantos outros personagens possuem em comum? A dolorosa solidão na qual se encontram mergulhados e através da qual buscam nadar e sobreviver, apesar do autor nos deixar claro já nas primeiras linhas que isso nem sempre acontecerá. Comparado a Cortázar por escritores como W. J. Solha, Roberto Denser brinca com as tragédias particulares das “tantas pessoas solitárias” que desfilam pelas páginas dessa obra que, como diz a escritora Luisa Geisler no prefácio, é “um primeiro álbum de best-hits”.
Beatles é uma daquelas bandas, que
acabaram se transformando em uma unanimidade. Quem não conhece ou ama, pelo
menos cinco músicas dos rapazes de Liverpool?
O legado dessa banda é de uma beleza
extrema. A qualidade artística de John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e
George Harrison, é inegável. Basta escutar o primeiro acorde delicioso de
qualquer canção dos Beatles e com certeza, você será imerso em uma nostalgia
sem igual. Eles tem o poder de proporcionar viagens alucinógenas como em Lucy
in the sky with diamonds e ao mesmo tempo, acalentar qualquer coração devastado
ao som de Let it be.
Não é a toa, que os rapazes
influenciaram e permanecem influenciando muita gente, seja na música, no
cinema, nos musicais, literatura. Estão em toda parte!
Hoje, vamos falar a respeito do livro
do paraibano Roberto Denser, intitulado ''A orquestra dos corações
solitários'', um livro lindamente inspirado nas aflições solitárias e claro,
nas canções dos Beatles.
''Ela sorriu e voltamos a ficar em silêncio. Começou a tocar Let it be e chover quase ao mesmo tempo, e então mergulhamos num estado apático de contemplação do nada.''
Este trecho foi retirado do conto ''O
tipo de merda que acontece'', o texto que abre o livro ao som da música ''Hey
Jude''. Gaspar é um suicida em potencial sem sucesso em suas tentativas. De uma
hora para outra, seu melhor amigo acaba cometendo suicídio, deixando Gaspar
desolado. Uma história carregada de
melancolia,sobre a morte em vida e as formas como cada um se mata aos poucos.
Já no conto ''O silêncio que ensurdece
o coração'', o autor nos mostra um dos piores tipos de solidão existentes no
mundo. A solidão a dois, sempre carregada do desgaste das relações.
O livro também nos apresenta pitadas de
humor negro em alguns contos, é o caso, por exemplo, de ''Ao perdedor, pipocas
amanteigadas''. Narrando a inusitada amizade de Diógenes e Simão. Ambos estão
afogando as mágoas em um bar e descobrem que o fracasso pode unir pessoas.
A tristeza incompreensível do
solitário, é abordada em ''Os motivos de Regina'', cujo pano de fundo, é a
canção ''She's leaving home''. Naninha comete suicídio após uma briga com Deco,
o deixando em total questionamento.
''São todas as lágrimas derramadas-diz- Lágrimas de amores não correspondidos, de saudades de casa ou de alguém que se foi ou se vai...e de felicidade também, eu acho,mas essas tão em menor quantidade , não dariam sequer para encher uma banheira.''
''A orquestra dos corações
solitários'', penetra a solidão em todas as suas formas. Em algumas, vemos
personagens que preferem observar o outro e calar suas próprias aflições, é o
caso do conto que dá nome ao livro.
Outras vezes, nos deparamos com personagens que perderam o total
interesse pela vida e pelas coisas, como em ''O outro lado do nirvana''.
Denser consegue transpor uma delicadeza
agridoce genuína ao longo do livro, contrastando com a crueza e a acidez, que
permeia algumas histórias. O tom delicado é totalmente perceptível em dois
contos de tamanha comoção. Ao som de Something, ''Alguma coisa nas estrelas'',
aborda a perda do pai e como superar a morte e seguir em frente. No conto ''A
bailarina de vidro'', conhecemos a história de Cristal, uma garotinha que nasce
com ossos de vidro e sonha em ser bailarina.
''Toda a minha vida foi vivida de modo a me manter incólume fisicamente, mas a verdade é que espiritualmente, já hoje, estou em cacos.''
Temos ainda contos a respeito da
solidão amorosa. Seja no modo como alguém se sente extremamente sozinho até
encontrar um parceiro, ou, a solidão presente nas lágrimas do término. Vemos o
retrato de ambos em ''Cavalo de Troia'' e ''A outra''.
Sobre o repertório musical, as
histórias se entrelaçam através das canções. Algumas delas são: Here comes the
sun, Free as a bird,e claro, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band''.
O livro inteiro é um deleite que merece
ser lido ao som de Beatles. Cada letra, cada tom, cada nuance, cada palavra,
foi escolhida para gerar questionamentos ao leitor. De como todos nós, talvez,
em algum momento, nos sentimos solitários e apenas, um bom livro ou uma boa
música, acaba nos resgatando.
Roberto Denser orquestrou perfeitamente
a junção de um belo repertório com as aflições humanas. Por esse e muitos
outros motivos, eu super recomendo ''A orquestra dos corações solitários''.
Ótima companhia e conforto!
Após ler a resenha deu-me uma vontade de ter o livro aqui e agora, em alguma prateleira, para eu correr e degustar!
ResponderExcluirApós ler a resenha deu-me uma vontade de ter o livro aqui e agora, em alguma prateleira, para eu correr e degustar!
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